O ADN do Projeto Innovato-R - ‘Everyone's an Innovator’
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12 February 2020A Câmara Municipal do Porto, por intermédio da Direção Municipal de Recursos Humanos, constitui um dos parceiros do Projeto Innovato-R, promovido ao abrigo do Programa URBACT, no âmbito das Redes de Transferência
Uma Rede de Transferência é uma rede de cidades constituída por uma cidade ‘Boa Prática URBACT’ e por outras Cidades Europeias com quem, a mesma, partilha a aplicação - e adaptação - da sua Boa Prática.
A Boa Prática associada ao Innovato-R foi implementada pela Cidade de Turim (Itália) e materializada num concurso aberto a Funcionários Municipais, destinado a desenvolver projetos inovadores que melhorassem o desempenho da Administração Local, reduzindo desperdícios e/ou valorizando recursos.
As propostas abrangidas por esta iniciativa tinham como possíveis enquadramentos: qualidade do serviço; aquisição de bens/serviços; racionalização de custos; otimização energética; redução do impacto burocrático; e melhoria na gestão de dados e de ferramentas digitais.
A par de Turim, a Cidade do Porto conta ainda com os seguintes parceiros: Cluj-Napoca (Roménia); Metrópole da Grande Paris (França); Múrcia (Espanha); Veszprém (Hungria); e Roterdão (Países Baixos). A implementação teve formalmente início em dezembro de 2018 e irá perdurar até dezembro de 2020.
A Boa Prática adaptada ao contexto da Cidade do Porto
Perfeitamente alinhada com a Visão do Innovato-R à escala transnacional - ‘Funcionários Municipais enquanto potenciais inovadores no sentido de encontrar soluções inovadoras com vista a um melhor e mais eficiente Serviço Público’ -, a Visão do Município do Porto assenta na construção de uma Cultura de Melhoria Contínua e de Otimização de Processos no Município, potenciando o engagement e a motivação dos trabalhadores.
Para o efeito, os objetivos definidos assentam, quer na promoção de iniciativas e dinâmicas que fomentem o engagement e compromisso, potenciadores de uma geração de ideias de valor acrescentado, numa ótica de melhoria contínua, quer no incremento dos níveis de produtividade dos trabalhadores e fortalecimento dos seus níveis de motivação, satisfação e bem-estar.
Neste cenário, são expectáveis mais-valias para o Trabalhador aos seguintes níveis: incremento dos seus níveis de motivação, satisfação e bem-estar; melhoria na comunicação; aumento do engagement; e reforço do sentimento de pertença.
Por seu turno, perspetivam-se como mais-valias para o Município a otimização de processos, a redução de custos, o aumento dos níveis de produtividade e o aumento da motivação e do engagement com o serviço.
O Minimum Viable Product desenvolvido pelo Município do Porto
A Câmara Municipal do Porto desenhou as seguintes metodologias a adotar na implementação do seu Piloto: Focus Groups análise-problema; Design Thinking para identificação e desenho de práticas a implementar; Implementação das práticas via criação de Equipas de Dinamizadores; Avaliação do impacto das práticas implementadas; e Formação para Gestores em Inovação e Intra-empreendedorismo.
Neste contexto, importa destacar a promoção, em agosto último, do Minimum Viable Product (MVP) à escala local, fruto de um trabalho desenvolvido em estreita articulação entre a Câmara Municipal do Porto e a Associação Porto Digital, um dos membros-chave do Grupo de Ação Local URBACT.
Tendo como principal propósito a criação de valor assente na interação entre o Trabalhador e o Município, este MVP teve subjacente por objetivo construir uma ideia potencialmente real para resolver problemas comuns e transversais no Município, em alinhamento com a ‘filosofia’ Innovato-R, concretamente, a de: experienciar e praticar novas técnicas com auxílio das ferramentas do Design Thinking; resolver problemas transversais, de forma criativa e participativa; e construir os primeiros protótipos das ideias e testá-las com utilizadores reais.
O MVP teve como destinatários duas dezenas de Funcionários Municipais pertencentes a Direções Municipais distintas, tendo estes trabalhado em Equipa - por entre grupos mistos, combinando diferentes perfis funcionais e serviços de origem - e em estreita parceria com outros seis colegas, de outros tantos Serviços Municipais, os quais integraram esta iniciativa na qualidade de Beta Testers (‘Early Adopters’).
Neste enquadramento, e à luz do modelo Double Diamond, o processo de inovação adotado no decurso do MVP percorreu as seguintes fases:
»»» Workshop de exploração
- Descobrir (empatia): exploração de desafios e problemas e recolha de informação relevante; levantamento de necessidades e oportunidades de melhoria.
- Definir (sintetizar): recolha e análise da informação e levantamento de insights mais relevantes; recolha e seleção de informação mais relevante; e desenvolvimento de perguntas que relatam os desafios e identificam oportunidades.
»»» Workshop de co-criação
- Desenvolver (ideação e protótipo): exploração dos insights e oportunidades identificadas; geração de ideias e conceitos para o desenho da nova solução; e definição de objetivos e estratégias que incentivem a transformação e resolução de problemas identificados.
- Entregar (teste e implementação): prototipagem de soluções, iteração; teste de protótipos com utilizadores reais.
No rescaldo desta iniciativa, foi aplicado um questionário de satisfação ao universo dos participantes, visando aferir o grau de satisfação acerca da metodologia aplicada, bem como identificar eventuais sugestões e oportunidades de melhoria.
A implementação da Solução Piloto pelo Município do Porto
Tendo como principal input os resultados dos workshops realizados, encontra-se em curso a fase de arranque da implementação da Solução Piloto, cujo desenho proveio de umas das propostas apresentadas por uma das equipas que integraram os workshops citados e que tem como grande objetivo robustecer a Comunicação Interna entre os Trabalhadores e respetivos Serviços Municipais.
É, pois, com grande expetativa que o Município do Porto antecipa a fase de experimentação e sequente avaliação de resultados decorrentes desta Solução Piloto, a qual, seguramente, contribuirá para cimentar o enriquecimento inerente a todo este processo de aprendizagem conjunta que o Município do Porto tem vindo a vivenciar na ‘primeira pessoa’, quer à escala transacional, quer aos níveis local e nacional, graças a esta oportunidade ímpar proporcionada no âmbito do Programa URBACT III.
Texto da autoria de Maria do Céu Andrade, Coordenadora do Projeto e Alexandra Santos, Coordenadora do Grupo de Ação Local
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