Nove soluções para cidades mais vibrantes e produtivas
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29 October 2021Estas ações locais de participação e produtividade comunitárias estão a inspirar cidades de toda a UE. Poderiam elas funcionar também na sua cidade?
A Nova Carta de Leipzig destaca três formas da cidade transformativa a serem exploradas na Europa para melhorar a qualidade de vida das pessoas: a Cidade Justa, a Cidade Verde e a Cidade Produtiva.
A última publicação lançada pelo URBACT está repleta de soluções sustentáveis para abordar estas três dimensões - todas experimentadas, testadas e transferidas entre cidades da UE, com adaptações a cada contexto local.
Para dar uma amostra das histórias contadas em "Transferência de Boas Práticas: porque não na minha cidade?", apresentam-se aqui nove exemplos de ações locais para Cidades Produtivas. Esperamos que cidades de todas as dimensões sejam inspiradas a "Entender, Adaptar e Reutilizar" soluções participativas como esta - da educação e empreendedorismo à governação eficiente e melhor utilização dos espaços urbanos - melhorando a vida quotidiana dos cidadãos e apoiando uma transição justa para uma economia verde.
1. Dar aos cidadãos um cartão para os serviços locais
Para simplificar o dia a dia em Aveiro (PT), o município reuniu-se com as partes interessadas para lançar um cartão que possibilitará aos cidadãos um acesso fácil a serviços públicos como a biblioteca, o museu, autocarros e bicicletas partilhadas, bem como um melhor apoio online e presencial. Um primeiro passo foi a emissão de um cartão de estudante para aceder aos serviços escolares em toda a cidade, desde materiais escolares e refeições, até às viagens escolares. A ideia é promover uma sociedade mais inteligente, aberta, resiliente e inclusiva. Aveiro e outras quatro cidades parceiras URBACT estão a introduzir as suas versões locais do CARD4ALL com base nas boas práticas de Gijón, uma cidade espanhola que disponibiliza cartões de cidadão há quase 20 anos.
2. Colocar o bem-estar dos cidadãos no centro da regeneração urbana
No âmbito de um projeto para recuperar um antigo terreno de jogos, Birmingham (UK) atribuiu à população local o poder de promover melhorias, graças a um modelo de Planeamento de Desenvolvimento Económico Comunitário, reproduzindo abordagens bem sucedidas já utilizadas em Łódź (PL). Com base neste início promissor, os cidadãos coproduziram um Plano Diretor Orientado pela Comunidade alternativo, visando uma área mais vasta - onde todos os projetos do município tinham sido anteriormente rejeitados. Os "embaixadores" comunitários nomeados pelo município trabalham agora com cidadãos locais, empresas, prestadores de serviços e voluntários com um interesse direto na saúde económica da área, uma abordagem que está agora a ser implementada em outras áreas da cidade. Birmingham é uma das seis cidades a aprender com o modelo de colaboração de Łódź como parte da rede URBAN REGENERATION MIX.
3. Criar um centro de negócios digital com um toque local
A cidade grega do Pireu inaugurou um inovador "Laboratório Azul" (Blue Lab) perto do seu porto - o primeiro Centro de Inovação da Economia Azul na Grécia. Equipado com tecnologia de ponta, o Blue Lab acolhe estudantes e empreendedores, proporcionando aconselhamento empresarial e formação tecnológica e empresarial. Impulsionou a cooperação com empresas e escolas, e gerou uma série de protótipos de soluções tecnológicas. Os planos futuros do Pireu incluem agora um novo espaço de co-working de grandes dimensões, ações de formação para melhorar as qualificações dos trabalhadores e investimento em tecnologias mais avançadas. O Pireu é uma das seis cidades parceiras da rede URBACT Tech Revolution a instituir o seu próprio regime de apoio às jovens empresas baseado no Centro de Media Digital em Barnsley (UK), uma boa prática URBACT que se tornou um centro de sucesso para empresas do setor criativo e digital locais.
4. Construir parcerias locais em torno da educação
Ao envolver pais, funcionários da escola, associações locais e departamentos municipais em "Redes de Inovação Educativa" (RIE), a cidade de Halmstad (SE) reforçou as ligações locais e gerou melhorias na educação. Graças à rede URBACT ON BOARD, Halmstad aprendeu com Viladecans (ES), que constituiu originalmente uma RIE para melhorar a educação como parte de um esforço para reverter o aumento do desemprego e o declínio do crescimento. Halmstad adotou novas ideias, incluindo 'Mentalidade e Emoções Positivas' para uma melhor aprendizagem e métodos para melhorar a participação dos alunos. A comunicação dentro do município também melhorou graças aos agrupamentos interdepartamentais centrados em: Cuidados e Assistência; Educação e Aprendizagem; Crescimento e Atratividade; Infraestruturas.
5. Abrir uma "sala de estar" para as associações e cidadãos locais
Idrija (SI) transformou uma loja vazia numa "sala de estar" para a cidade, com atividades gratuitas geridas por - e destinadas a - associações e habitantes locais. Funcionários municipais, serviços sociais e departamentos económicos, associações locais e cidadãos ativos, estão todos envolvidos no projeto, assim como a agência de desenvolvimento regional, a biblioteca e o lar de terceira idade. Em resultado disso, o local tornou-se um ponto de encontro aberto a todos, com eventos centrados em temas tão diversos como a renovação de habitações, o xadrez e o tricô. Também disponibiliza um serviço de transporte gratuito para idosos apoiado pelo município e uma sala de leitura gerida pela biblioteca local. A solução de Idrija foi inspirada pela plataforma da ONG “Stellwerk” lançada em Altena (DE) como uma solução para ajudar a lidar com o declínio da cidade a longo prazo.
6. Transformar edifícios devolutos em habitações
A Housing Agency for Shrinking Cities de Chemnitz (DE) ajuda a transformar edifícios vazios em habitações úteis, limitando a especulação, canalizando dinheiro de subsídios e reduzindo custos futuros tanto para os proprietários de edifícios degradados como para o município. Criado e financiado pelas autoridades municipais, o projeto é realizado em prol do interesse público por um parceiro privado de longa data. Este modelo inspirou Vilafranca del Penedès (ES), parceiro da rede URBACT ALT/BAU, a rever as suas políticas de habitação e a procurar parceiros privados com capacidade técnica e solidez financeira para ajudar a cidade a recuperar habitações abandonadas. Como resultado, Vilafranca assinou um acordo com uma fundação social cujo principal objetivo é identificar, adquirir e reabilitar habitações para arrendamento a preços razoáveis em colaboração com agências de emprego.
7. Lançar um concurso de empreendedorismo azul (para cidades do litoral!)
A cidade portuária de Mataró (ES) está a promover o empreendedorismo local e o emprego na economia marítima - inspirada na iniciativa BlueGrowth do Pireu (EL). Neste contexto, Mataró encorajou diversas partes interessadas públicas e privadas a envolverem-se, incluindo a equipa de Promoção da Cidade, o "Cluster Náutico de Barcelona", a autoridade portuária local e um parque tecnológico - que abriga a Universidade e uma incubadora de empresas. O concurso Mataró Blue Growth Entrepreneurship daí resultante oferece prémios em dinheiro, aconselhamento e acesso a um programa de aceleração de negócios. Até agora, os projetos vencedores incluem um franchise de reparação de barcos, um sistema de propulsão de barcos e uma aplicação que liga barcos de recreio de grandes dimensões a serviços relevantes.
8. Ajudar os funcionários da cidade a tornarem-se inovadores
Quando Turim (IT) se uniu a patrocinadores privados para lançar um concurso convidando 10.000 funcionários municipais a apresentar ideias inovadoras para melhorar o desempenho da administração, as propostas vencedoras incluíram soluções para fomentar a participação da comunidade, a contratação pública inteligente e a iluminação em edifícios públicos. Isso inspirou Roterdão (NL) e outras cinco cidades da rede URBACT Innovato-R a aproveitar a experiência de Turim para promoverem a inovação e a melhoria de processos nas suas próprias cidades. Em resultado disso, Roterdão adotou uma nova abordagem com a sua rede de inovação de mais de 1.800 funcionários públicos e 500 partes interessadas externas, reforçando as ligações com empresas e académicos, introduzindo novas "sessões de inspiração" online e a conceção conjunta de uma nova plataforma de inovação.
Koszalin (PL) analisou as despesas da cidade com contratos públicos e utilizou os resultados para moldar as práticas de contratação pública, a fim de beneficiar a economia local, tendo em consideração fatores sociais e ambientais. Para isso, utilizou uma ferramenta de análise de despesas originalmente desenvolvida por Preston (UK) e transferida para seis cidades da UE através da rede URBACT Making Spend Matter. Koszalin também começou a trabalhar de forma mais estreita com as principais "instituições âncora" da cidade, como o hospital e a universidade, analisando quanto elas gastam e para onde vai esse dinheiro em termos geográficos. Entretanto, a cidade promoveu também uma melhoria no apoio à participação das PMEs locais em matéria de contratação pública.
Saiba mais sobre estas e muitas outras soluções urbanas sustentáveis - na nova publicação URBACT "Transferência de Boas Práticas: porque não na minha cidade? ".
Visite a base de dados de Boas Práticas para obter mais inspiração.
Texto da autoria de Amy Labarrière, submetido em 26 de Agosto de 2021
Submitted by Maria João Matos on