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Entrevista a Tiago Ferreira | projeto CityCentreDoctor | CM Amarante | setembro de 2016

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13 March 2017
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O Tiago Ferreira é, desde o final de setembro deste ano, o Diretor Executivo da Invest Amarante, agência municipal criada pela autarquia para dinamizar e potenciar oportunidades de negócio na sua área de intervenção.

O Tiago é engenheiro civil, embora grande parte da sua vida profissional tenha sido dedicada ao empreendedorismo social e ao ensino.

O Tiago é o coordenador do projeto CityCentreDoctor, uma das redes URBACT em que a autarquia de Amarante está envolvida. Como surgiu a oportunidade de participação neste projeto?

Surge no âmbito de relações de trabalho que a Câmara Municipal de Amarante já tinha com uma empresa de consultoria em inovação, a qual alertou para a possibilidade de Amarante integrar uma ou mais redes URBACT. E, atendendo à diversidade de temáticas que o programa cobre, não foi difícil “casar” os interesses de Amarante com os de outros municípios que procuravam parceiros para a 2ª fase de desenvolvimento das redes.

Em consequência deste interesse mútuo, a nossa cidade integra não só a rede CityCentreDoctor, como igualmente a rede CHANGE!, sendo que a primeira se relaciona diretamente com as funções que exerço na  autarquia.

Mas o Tiago já conhecia o programa URBACT, antes da sua participação no CityCentreDoctor?

Na verdade não, ainda não tinha tido contacto com este programa europeu. Contudo, apesar das suas especificações próprias, há ferramentas que o URBACT utiliza que já eram do meu conhecimento, o que facilita a minha integração no projeto.

No caso concreto do CityCentreDoctor, qual é o objetivo deste projeto?

De um modo sucinto, a questão coloca-se assim: “Como é que uma cidade periférica de um grande centro urbano (Amarante dista do Porto cerca de 50 km) se pode tornar interessante e competitiva?” Para dar resposta a este desafio, está a ser elaborado um diagnóstico que irá detetar os estrangulamentos locais ao desenvolvimento. O processo de diagnóstico deverá estar concluído até ao final deste ano e dará origem a um pequeno documento, a partir do qual vamos começar a trabalhar nas soluções para os problemas identificados.

O objetivo final é que deste processo nasça uma visão partilhada sobre a cidade e um conjunto de ideias que a própria Câmara Municipal de Amarante, ou cada um dos parceiros, possa no futuro implementar.

O Tiago é igualmente o coordenador do Grupo de Ação Local (GAL). Como tem sido a experiência de lidar com um grupo heterogéneo de entidades?

O GAL teve a sua primeira reunião em finais de junho, com a presença de um leque alargado e diversificado de entidades: associações empresariais, associações de desenvolvimento local dos setores cultural, desportivo e juventude, entre outros, e uma instituição de ensino superior, o Instituto Politécnico do Porto. Estas entidades foram convidadas para trabalharem neste desafio, pelo valor que já hoje geram para a cidade, ao qual foi associado uma meta tangível de dedicação que é de cerca de 4 horas/mês de trabalho voluntário, incluindo a sua participação ativa nas reuniões do GAL, as quais têm caráter mensal.

Todos aderiram ao desafio colocado, o que demonstra a vontade dos parceiros em contribuírem para o futuro da cidade. O grupo funciona bem e todos os seus elementos estão motivados para contribuir para o sucesso do projeto.

Naturalmente, já participou nalgumas reuniões transnacionais do projeto. Que benefício tem retirado da troca de conhecimentos entre parceiros?

Sim, já participei em reuniões promovidas pelas cidades de Naas (Irlanda), Heerlen (Holanda) e Medina del Campo (Espanha). A troca de ideias e experiências é sempre frutuosa, sendo que a visita a Heerlen foi particularmente interessante. A cidade é muito bem planeada e o grupo local está a desenvolver um bom trabalho.

A propósito, nós estamos a preparar uma reunião com todos os parceiros, aqui em Amarante, para o período entre 7 a 10 de novembro, a qual incluirá uma conferência que pretendemos abrir ao público em geral.

Finalmente, o Tiago participou na URBACT Summer University (USU), pelo que gostaria de saber quais as suas impressões sobre a USU – organização, conteúdos, ritmo de trabalho.

A USU foi uma excelente oportunidade de networking. Considero que o “sentido de pertença” foi o fator distintivo do evento.

Em termos logísticos, a organização cumpriu com nota elevada. Também os conteúdos e metodologias de trabalho estiveram a um bom nível. Já as ferramentas utilizadas ficaram um pouco aquém das minhas expetativas, pelo que me parece que haverá margem para uma melhoria aquando da realização da próxima USU.

Não achei o ritmo de trabalho demasiado intensivo. Aliás, considero que um evento deste tipo, que nos obriga a uma ausência do nosso local de trabalho diário por um período de cerca de uma semana, só vale a pena se o tempo for bem aproveitado, o que foi o caso deste evento em Roterdão.