DESENVOLVIMENTO URBANO SUSTENTÁVEL EM PORTUGAL E O PROGRAMA URBACT
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08 April 2016A Estratégia Cidades Sustentáveis 2020 constitui o quadro de referência estratégico para o desenvolvimento urbano sustentável em Portugal e identifica os desafios, a visão, os princípios e os eixos estratégicos para as cidades no horizonte 2020, competindo à Direção-Geral do Território promover os seus instrumentos de comunicação e análise e acompanhar a sua evolução. É neste quadro que a DGT assume responsabilidades na comunicação e disseminação dos resultados do URBACT – um programa igualmente orientado para o desenvolvimento urbano sustentável – e que muitas cidades portuguesas têm vindo a participar na constituição e formação das redes.
A Política de Cidades resulta do reconhecimento que o desenvolvimento sustentável, integrado e harmonioso do território português depende de forma crucial da capacidade das suas cidades se afirmarem como seus agentes centrais, catalisadores do desenvolvimento ambiental, social e económico, líderes na promoção da equidade, da coesão social e da salvaguarda e potenciação dos recursos territoriais e do património natural e cultural.
A Estratégia Cidades Sustentáveis 2020, aprovada pela Resolução de Conselho de Ministros nº 61/2015, de 11 de agosto, ambiciona responder às necessidades de estruturação urbana do território e atuar no sentido de fortalecer e consolidar as prospetivas e a visão de desenvolvimento territorial partilhada entre os agentes do território, contribuindo para a promoção das condições necessárias à competitividade, sustentabilidade e coesão nacional.
Enquanto quadro de referência nacional para o desenvolvimento urbano sustentável, a Estratégia suporta-se no conhecimento do contexto e dos desafios que se colocam transversalmente às cidades portuguesas para definir uma estratégia com base numa visão e em princípios orientadores.
O contexto nacional é marcado fortemente pelos fenómenos de urbanização, metropolização e litoralização acelerados e por um conjunto de desafios de relevância urbana: competitividade e crescimento; inclusão e coesão social; transformações demográficas; governança estratégica; disciplina de uso do solo; viabilidade financeira; regeneração urbana; sustentabilidade e resiliência; integração urbano-rural; integração no espaço internacional. Tendo como ambição cidades mais prósperas, mais resilientes, mais saudáveis, mais justas, mais inclusivas e mais cognitivas, a Estratégia alicerça-se em 7 princípios orientadores – estruturação urbana do território; territorialização das políticas; coordenação horizontal; coordenação vertical; envolvimento ativo; conhecimento do território; capacitação coletiva – e em quatro eixos estratégicos – Inteligência & Competitividade; Sustentabilidade & Eficiência; Inclusão & Capital Humano, Territorialização & Governança – alinhados com a Estratégia Europa 2020.
A Estratégia Cidades Sustentáveis 2020 integra um conjunto de instrumentos de participação, comunicação, informação e análise, de entre os quais se destaca o Fórum das Cidades, plataforma de comunicação orientada para os cidadãos e as cidades em três dimensões: Pensar a cidade, construindo um espaço de reflexão, produção e disseminação de conhecimento sobre as cidades e políticas urbanas; Fazer a cidade, colecionado informação sobre projetos urbanos em diversos temas de planeamento e gestão urbanística; Medir a cidade, construindo um barómetro da sustentabilidade urbana para as cidades portuguesas e promovendo ferramentas de analítica urbana.
A Direção Geral do Território, para além de constituir a Autoridade Nacional do Programa URBACT III em Portugal, foi apontada como o Ponto URBACT Nacional (PUN) pela Autoridade de Gestão do Programa.
Os objetivos principais a que o PUN se compromete são: (i) promover a participação e a capacitação de parceiros nacionais no Programa; (ii) capitalizar os resultados alcançados nas intervenções; (iii) dinamizar a articulação e a produção de sinergias entre o Programa e os programas operacionais regionais; (iv) avaliar a participação de Portugal no Programa.
Estes objetivos deverão ser alcançados no âmbito da cooperação entre os membros do Grupo de Ligação, constituído pela Autoridade Nacional, Ponto URBACT Nacional, Agência para o Desenvolvimento e Coesão e Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional.
Como principais tarefas, o PUN tem a responsabilidade da comunicação e informação sobre o Programa, da disseminação dos respetivos resultados, do apoio ao diálogo entre as autoridades a vários níveis no que se refere ao desenvolvimento urbano sustentável e do apoio à transferência de ações de capacitação.
O PUN participa, igualmente, em reuniões e eventos organizados pelas cidades parceiras, nos seminários finais de apresentação de resultados, assim como na disseminação das diversas publicações temáticas e de orientação estratégica ao nível do Programa.
No seguimento da abertura do primeiro concurso, referente a Redes de Planeamento de Ação, as cidades portuguesas encontram-se envolvidas em 6 redes selecionadas, sendo 2 delas chefe de fila, às quais se poderão juntar ainda outras, no âmbito da Fase de Desenvolvimento, que decorre atualmente, por via da ampliação das parcerias das redes selecionadas.
Submitted by Ana Resende on