Área Metropolitana do Porto
Edited on
27 June 2022A Área Metropolitana do Porto (AMP) cobre um vasto território com uma população dispersa. Isto oferece uma grande diversidade, resultando numa área de grande beleza, indicada para viver, investir ou fazer turismo. No entanto, também encerra desafios de mobilidade e uma grande dependência do tráfego automóvel, questões que a RiConnect quer ajudar a ultrapassar através de uma melhor integração da mobilidade nas áreas urbanas.
A AMP é uma entidade intermunicipal orientada para a promoção da cooperação, tanto entre municípios como entre instituições responsáveis por redes supramunicipais. As suas principais funções incluem a promoção do planeamento e gestão da estratégia de desenvolvimento económico, cultural, social e ambiental; a articulação de investimentos municipais de interesse intermunicipal; a gestão de programas de apoio ao desenvolvimento regional; e o planeamento de ações em colaboração com entidades públicas.
A área metropolitana do Porto e a sua localização na Europa
Desde que foi criada por 9 municípios em 1991, a AMP cresceu, sendo atualmente composta por 17 municípios. Salientam-se quatro marcos importantes na composição da AMP:
Etapas da formação da Área Metropolitana do Porto
A AMP está localizada na Região Norte de Portugal continental, no noroeste da Península Ibérica. É delimitada a oeste pelo Oceano Atlântico, a norte pela CIM do Cávado e CIM do Ave, a leste pela CIM do Tâmega e Sousa e CIM Dão-Lafões e a sul pela CIM de Aveiro. A AMP ocupa uma área de 2.041 km2. O município mais extenso é Arouca, com 329 km2, e o mais pequeno é S. João da Madeira, com 8 km2. A AMP representa 10 % da Região Norte e 2,21 % do território de Portugal continental. É constituída por 27 cidades e 47 vilas, que correspondem a 50% das cidades da Região Norte e 18% do total das cidades de Portugal continental. Devido à sua composição diversificada, a AMP tem um rico património natural e cultural. Por conseguinte, é uma área de grande beleza e com um enorme potencial, seja para viver, investir ou fazer turismo.
Relativamente ao seu lugar no sistema urbano nacional, a AMP é uma das duas grandes aglomerações urbanas de Portugal. Existem áreas urbanas de média dimensão no norte e sul da AMP, tais como Póvoa de Varzim e Vila do Conde, Trofa e Santo Tirso (no norte) e Oliveira de Azeméis (no sul). A área central da AMP é a mais urbanizada, abrangendo os concelhos do Porto, Matosinhos, Maia, Gaia, Valongo e Gondomar.
Composição da Área Metropolitana do Porto
Em 2019, a AMP tinha 1.728.226 habitantes, 47 % dos quais eram do sexo masculino e 53 % do sexo feminino. O município mais populoso é Gaia, com mais de 300.000 habitantes, enquanto que o menos populoso é Arouca, com quase 21.000 habitantes. No entanto, os municípios com maior densidade populacional são Porto, Matosinhos e S. João da Madeira.
A ocupação do espaço na AMP não é uniforme, nem a nível metropolitano nem a nível municipal. A forma como a população está distribuída relaciona-se diretamente com o modo como as infraestruturas, os meios de comunicação e as atividades económicas são organizados. Consequentemente, os municípios mais densamente povoados são aqueles com a maior área edificada, ou seja, os municípios mais centrais da AMP. As atividades relacionadas com o setor terciário e a indústria estão também concentradas nestes municípios, enquanto que a agricultura e a silvicultura estão ainda muito presentes nos municípios mais periféricos.
A dispersão da população na AMP, combinada com um sistema de mobilidade centrado essencialmente no transporte rodoviário, contribui para o facto do transporte individual representar 69 % da distribuição modal. A infraestrutura rodoviária desempenha um papel fundamental na forma como a mobilidade está organizada no território: os automóveis estão no centro do planeamento da mobilidade há muito tempo, e isto reflete-se na forma como a rede rodoviária está organizada a nível regional e local. Contudo, as deslocações intra-AMP ainda são muito morosas: as deslocações entre alguns municípios ainda continuam a ser muito demoradas, e nem toda a área metropolitana é servida por autoestradas. Um dos projetos previstos no Plano de Mobilidade da AMP é a construção de uma rede de primeiro nível de elevada qualidade que permita uma rápida mobilidade e acessibilidade entre os municípios da AMP e boas ligações entre as redes locais existentes.
Distância entre as cidades de cada município
A melhoria da rede rodoviária e das suas condições também depende de um maior equilíbrio entre os diferentes modos de transporte. Consequentemente, existem vários projetos em curso na AMP que visam promover a utilização do transporte público (tais como o Programa de Apoio à Redução Tarifária nos Transportes Públicos - uma redução no preço dos bilhetes de transporte - e a extensão do Metro do Porto com a construção de duas novas linhas) e a mobilidade suave (expansão da rede de ciclovias).
A área que a AMP selecionou para o projeto RiConnect constitui uma amostragem da maioria dos desafios da mobilidade urbana da área metropolitana: tráfego intenso, falta de segurança para ciclistas e peões, ausência de espaço público e zonas verdes, dificuldades na utilização de transportes públicos, territórios segmentados por estradas, etc. Esta área tem um enorme potencial para experimentar soluções que invertam a tendência atual e que podem servir como boas práticas a serem replicadas no restante território da AMP. Além disso, as experiências dos outros parceiros da rede podem igualmente oferecer soluções inovadoras para os problemas da AMP.
Neste contexto, a rede RiConnect constitui uma oportunidade muito importante para a AMP avançar no sentido de uma melhor mobilidade e um melhor planeamento urbano.
Imagem de capa: Cidade do Porto @ A Caixa NegraAutoria: Mikel Berra-Sandín, submetido a 04 de fevereiro de 2022Submitted by Maria João Matos on